segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

UFC, Twitter e Miguel Torres

Infelizmente para nós amantes do esporte, nessa sexta feira passada, 09/12, o lutador peso galo do UFC Miguel Torres foi cortado do evento devido a um comentário postado por ele em seu twitter (@MiguelTorresMMA). Um comentário infeliz sobre um assunto um tanto polêmico: Estupro

Torres Twittou: "Se uma 'rape van' fosse chamada de 'van da surpresa', mais mulheres não se importariam em andar nelas. Todo mundo adora surpresas". O termo Rape Van é uma gíria americana que se refere a um determinado modelo de van sem janelas, normalmente associada a estupradores e sequestradores. (Rape = Estupro).

O former WEC Bantamweight Champion Miguel Torres

O corte polêmico levantou um discussão, o quanto a vida pessoal e sua imagem podem interferir na vida pessoal? Qual o limite entre a liberdade de expressão de um atleta, e sua conduta profissional? No UFC, muito mais do que lutar, a imagem é um dos fatores que mais chamam a atenção. Não é atoa que os maiores salários do UFC são dados a lutadores com fama no evento, e não para os mais talentosos. Um exemplo disso é Tito Ortiz, o quase aposentado lutador recebe em média US$ 450 mil por luta, enquanto Dominick Cruz, campeão peso galo recebe em média US$ 20 mil por luta.

Isso mostra o quanto as atitudes, a imagem e o carisma do lutador são levados em conta na hora de determinar o seu salário. Lutadores vendem mais Pay Per View não apenas por seu estilo de luta, mas por sua história e sua imagem. Mas até que ponto isso deixa de ser algo saudável para o evento e passa a ser uma ditadura?

Na semana anterior, Forrest Griffin, também por causa de um comentário no Twitter foi advertido. "Rape is a new Missionary". Felizmente para todos, o mal entendido foi solucionado. Griffin simplesmente cansou de trocar os canais de Tv que mostravam a mesma matéria sobre o estupro de uma garota, e twittou sua mensagem de "revolta".

Griffin também levou um sustu após fazer "mal uso" do Twitter

Há também um outro lado nessa história, pois o UFC começou a premiar com US$ 20 mil os lutadores que fazem o uso saudável de seus Twitters, entre eles o brasileiro Anderson Silva foi um dos premiados. Vendo que o Twitter é a melhor maneira de seus lutadores entrarem em contato com os fãs, é bem provável que essa rigidez continue, pois em um evento com visibilidade mundial, qualquer pequeno comentário pode desencadear uma avalanche de revoltas que só manchariam a reputação do evento que Dana tanto se esforça em manter limpa.

Sobre o corte, Dana se mostra inflexível: "Essas são más noticias. Isto é o que é. As pessoas podem concordar ou discordar de mim, eu não me importo com o que elas pensam. Não me importo. Isto é o que é e não voltará a acontecer novamente". Uma perda consistente para o esporte e para a categoria, mas que serve de exemplo e faz qualquer lutador pensar muito bem antes de escrever qualquer tipo de coisa em seu Twitter.

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